terça-feira, 28 de maio de 2013

Conheçam "Silent Hill: Fragmentos", Fan Film Brasileiro.

Começa com força , o projeto Fan Film Silent Hill Fragmentos.

Segundo o diretor Gilmar Saints publicou em seu blog pessoal. "Demorou , mas o sonho não morreu. Equipe e atores empolgados para darem vida a uma historia triste e assustadora de Alice que busca seu filho em meio a uma memoria fragmentada entrando cada vez mais numa cidade assombrada , Silent Hill."

5 Teasers foram filmados e serão liberados conforme a divulgação do projeto for acontecendo.

O curta metragem que será exibido online para todos e começa a ser rodado em Junho.

Elenco:
Letícia Chiochetta, Paola Hartfiel , Flavius Di Giacomo e Juliana Flaminio.

Teaser 01:


Imagens:






Kilómetro 31 (2007)

com  Iliana Fox, Adria Collado, Raui Mendez

Direção: Rigoberto Castaneda

Imaginem que a Globofilmes resolveu fazer um longa de horror e para isso contratou um diretor de TV da própria Rede Globo. O tema: Uma mescla das lendas urbanas da “Noiva da Estrada” com a da “Mulher da estrada que pede ajuda”, com um orçamento similar ao chatíssimo “Nosso Lar”. Logo nas primeiras entrevistas o diretor se diz empolgado com o filme e que assistiu muitos filmes de fantasmas japoneses para se inspirar na direção do longa. Você vê algo bom saindo disso?

Pois é isso que senti ao assistir ao longa Mexicano “Km 31” do diretor Rigoberto Castañeda.

Castañeda não é um desconhecido em filmes de terror, tendo antes de Km 31 o curta Necrofilia (1997) então fica um pouco difícil compreender porque em 2007 ele fez um longa tão convencional e clichê. A assombração da vez é a clássica lenda de “A Chorona” que não é desconhecida dos brasileiros graças às reprises constantes do seriado  Chaves onde eles assistem um filme de terror e logo depois a Chiquinha fica assustando o pobre garoto com a história da Chorona. Se você viveu todos esses anos em Marte e não tem idéia do que estou falando, confira aqui aos 9:44:

Infelizmente, mesmo com um tema curioso e rico e um orçamento invejável para fazer um filme de horror de cair o queixo, parece que o diretor preferiu não correr nenhum risco tentando inovar ou acrescentar nada de interessante ao cinema de horror mexicano. O filme consegue emprestar tudo de mais entediante dos filmes de horror para adolescentes e todos os clichês possíveis dos filmes de fantasmas asiáticos que já estamos plenamente cansados de ver na telona, mesmo tendo uma boa história, momentos excelentes e ser cheio de potencial. O filme simplesmente não decola.

O filme fala sobre irmãs gêmeas, mesmo que elas só apareçam mais ou menos juntas em cena apenas uma vez. Elas tem um elo psíquico poderoso então quando uma delas, Ágata, é atropelada no Km31 que dá nome ao filme ao tentar salvar um menino que teria supostamente atropelado, Catalina sente o ocorrido e corre ao encontro da irmã na tentativa de salvá-la, mas é tarde demais. Ágata está à beira da morte e o menino, desaparecido.

Pelo resto do filme, Ágata está hospitalizada, em coma, mas o namorado dela acompanha o caso e disse ter recebido um telefonema de Ágata avisando que atropelara um garoto. Daí segue-se a busca pelo tal menino o que segue naquele velho mistério investigativo de filmes de fantasmas com muitos sustos fáceis criados pela trilha sonora que cresce em momentos de tensão ou naqueles momentos onde a trilha cessa, criando um silêncio desconfortável  antes do famoso “TCHAN!”. Tudo muito chato e previsível.

A investigação se passa em grande parte no tal Km 31 onde Ágata sofreu o acidente, começando pela procura do menino misterioso e logo seu namorado, Omar, é alertado por um policial que cesse a procura, que não meta o nariz onde não é chamado, ou seja, aquilo tudo que já vimos milhares de vezes em filmes de terror. Logo adiante este mesmo policial revela que é obcecado pelo tal garoto e que o mesmo está envolvido em acidentes e suicídios no tal Km 31 por décadas sem fim. Logo em cenas paralelas o policial entrega de bandeja parte do mistério sobre o tal Km 31 enquanto a irmã de Ágata, Catalina, e seu namorado encontram uma senhora idosa que “já os esperava” e lhes conta a lenda da Chorona, que teria sido uma bela mulher que se suicidou afogando-se com seu filho, mas como perdeu-o dos braços passa a eternidade chorando  sua perda e buscando a criança que jamais encontrará.  Infelizmente esta lenda do folclore é tão diluído e simplificado no filme que a Chorona acaba virando apenas mais um monstro/fantasma de filmes americanos misturados ao melodrama barato, típico de novelas mexicanas. (Acabei lembrando que a lenda da Chorona é um pouco similar com a história da fantasma proterora de Mama). É um pouco triste, pois passa a impressão que o diretor preferiu um caminho muito convencional ou que o mesmo perdeu controle sobre o filme e não sabia bem como enfiar o folclore nacional no mesmo.

No tocante às atuações, elas variam do bom ao razoável, com destaque para a atriz principal que vive as gêmeas Ágata/Catalina que também é conhecida por seus trabalhos em telenovelas. O conflito entre os namorados das duas, Omar e Nuno, parece estar meio fora de lugar e em certos momentos parece ser forçado demais, mesmo que a sensação de desconforto que ambos sentem na presença um do outro tenha certa justificativa, afinal com a namorada de Omar em coma e a namorada de Nuno, idêntica, andando sã e salva e dormindo na casa de Omar para estar perto da irmã, as coisas só poderiam resultar em tensão, mas a impressão que o filme passa é que esta aversão que sentem um pelo outro é infantil e injustificada frente ao drama que enfrentam.

No geral, Km31 é um filme muito bem feito e o orçamento grande realmente ajudou na produção o que ao mesmo tempo é algo que tira todo o tesão desta produção que apenas copia elementos do horror americano e asiático e suas receitas, num filme de cinematografia belíssima, CGI aceitável e monotonia quase que constante. O final então, eu saquei logo nos primeiros 10 minutos do filme. Pode ser um filme que impressione aqueles que não estão habituados com o horror, pois possui alguns sustos, um pouquinho de gore, tensão, etc, mas para os fãs vacinados de filmes de terror é  apenas mais uma das mais recentes decepções constantes com o gênero.

Não chega a ser uma bomba completa, mas posso compará-lo a uma batata quente, portando, evitem se decepcionar.



Trailer: 



sábado, 25 de maio de 2013

Resenha: The Asylum Tapes, a.k.a Greystone Park (2012)

Estréia direcional de Sean Stone, filho do aclamado diretor Oliver Stone.


Todos têm medo de escuro, em diversos níveis.

Você pode até negar no começo, mas repare na próxima vez em que caminhar em um ambiente sombrio, quantas vezes suas mãos percorrerão as paredes em busca de um interruptor. É esse medo primordial que o estreante Sean Stone tenta incutir no público com o seu “found footage” Greystone Park.

Baseado em experiências supostamente reais vividas pela equipe enquanto pesquisavam e exploravam a locação, o real Hospital Greystone Park, em Nova Jersey (fruto de muitas lendas urbanas e histórias de assombrações), o filme abre com um jantar em família e amigos, com a presença do aclamado Oliver Stone à cabeceira da mesa, onde histórias de fantasmas são contadas entre tragos de Narguilé.  Oliver Stone conta a história de “Kate, a Louca”, um espírito maligno com olhos verdes brilhantes que ele teria visto quando criança, enquanto o amigo de Sean, Alex, conta a história do Hospício Greystone Park, que seria um foco de assombrações. Intrigado, Sean junta-se a Alex e uma amiga (provavelmente uma paixonite de Sean, Segundo o filme insiste em mostrar) Antonella para explorar e passar a noite na infame instituição psiquiátrica. A história que mais intriga o grupo e que realmente os leva até o Sanatório é a lenda de Billy Lasher, que seria um interno que fora torturado e submetido a experimentos terríveis e seria um espírito terrível que ainda assombraria o local, com direito a correntes arrastando e tudo. Enquanto o grupo começa a explorar o local, as coisas começam sair do controle e o medo sobrepuja a sanidade do grupo.

O gênero “Found Footage” parece estar estagnado e um tanto insípido e Greystone Park não faz o mínimo esforço para se destacar na multidão, tornando-se mais um genérico (dos piores) de filmes como o sucesso underground “Graves Encounters”.

Stone até tenta misturar Mockumentary, com found-footage, mas o resultado é desastroso e experimental em excesso, misturando imagens de arquivo de suas experiências reais durante a pesquisa, com cenas reais do local e ao mesmo tempo intercalando com cenas muito mal ensaiadas entre o elenco, o que torna as situações muitas vezes confusas ou cômicas. Enquanto exploram o hospital a tensão aumenta, mas esta tensão, o medo e os chiliques constantes do já pequeno grupo tornam-se uma distração irritante, fora os cortes bizarros escolhidos para o filme o que torna muitas boas cenas em experimentos non-sense de cinematografia. Uma das coisas que mais me irritou, também, foi a adição de trilhas sonoras tensas (isso mesmo, trilha sonora) que se misturam aos sons ambientes e confundem ainda mais o espectador que mal consegue enxergar o que tanto os assusta visto que o filme é escuro demais.  Por que acentuar cenas com trilha sonora? Será que eles tentaram fazer funcionar momentos de tensão que não funcionariam nem que colocassem a música mais assustadora do mundo de fundo!?

Tirando o que o filme tem de ruim e péssimo existem momentos genuinamente assustadores, mas apenas se vistos nas condições adequadas, ou seja, sozinho, no escuro, com fones de ouvido ou num bom Home Theater. Outros momentos tensos envolvem uma boa sacada do diretor que é colocar vultos e outras coisas bizarras se arrastando pelos cantos ou por partes do quadro que não estão no foco da ação, criando uma sensação realmente desconfortável. A locação decrépita também dá um ar bem sinistro ao filme, pois, ao contrário de “Grave Encounters”, a maioria das salas do hospício estão imundas, cheias de entulho e em péssimas condições, transmitindo ao espectador um perigo real e tangível.


No geral o filme desagrada, os personagens são arrogantes, afetados e incoerentes, a trilha sonora é fora de lugar e desnecessária, mesmo que o filme navegue mais para “Mockumentary” do que “Found-Footage”.  A música só ajuda na bagunça que é esse filme.

Não existem razões ou porquês na maioria das ações dos personagens, e quase o filme todo se resume a chiliques, possessões cômicas, imagens de sombras sinistras andando pelos corredores e mais e mais imagens de um prédio vazio. Parece que Sean Stone confia demais na locação como protagonista mas se esquece de que um prédio vazio por si só não assusta nem uma criança.

O filme, no geral, passa a sensação de ser um horror experimental malsucedido que culmina numa sequência final totalmente non-sense, ridícula, anticlimática e arrogante, que serve apenas para justificar a presença do papai Oliver Stone no filme, com uma história que apenas ameaça, ameaça, ameaça porém nunca decola.
Nada consegue salvar este projeto de Sean Stone e parece que mesmo tendo um papai famoso, esse menino ainda tem muito, mas muito a aprender.